Escavabor Notícias
  • Home
  • Justiça
  • Política
  • Notícias
  • Sobre Nós
Reading: Debate sobre ocultação de cadáver como crime permanente gera tensão entre juristas e STF
Share
Search
Escavabor NotíciasEscavabor Notícias
Font ResizerAa
  • Home
  • Justiça
  • Política
  • Notícias
  • Sobre Nós
Search
  • Home
  • Justiça
  • Política
  • Notícias
  • Sobre Nós
Escavabor Notícias > Blog > Justiça > Debate sobre ocultação de cadáver como crime permanente gera tensão entre juristas e STF
Justiça

Debate sobre ocultação de cadáver como crime permanente gera tensão entre juristas e STF

Demidov Lorax
Demidov Lorax 29 de maio de 2025 5 Min Read
Share
SHARE

A polêmica sobre a ocultação de cadáver como crime permanente voltou ao centro das atenções com o avanço de uma discussão no Supremo Tribunal Federal que pode alterar a forma como a Justiça brasileira interpreta esse delito. O tema ganhou força com a análise de casos da ditadura militar, em que agentes do regime são acusados de ocultar corpos de desaparecidos políticos. O julgamento busca definir se a Lei de Anistia de 1979 se aplica a esses casos, ou se a ocultação de cadáver como crime permanente escapa da anistia por continuar sendo praticada mesmo após a promulgação da norma.

A visão predominante entre os ministros do Supremo Tribunal Federal até agora é que a ocultação de cadáver como crime permanente não poderia ser beneficiada pela anistia, pois a conduta se prolongaria no tempo enquanto o corpo permanecesse escondido. Essa perspectiva tem base na premissa de que, nos crimes permanentes, a ação delituosa continua a se consumar a cada instante em que o resultado persiste. No entanto, essa interpretação tem sido duramente contestada por juristas e criminalistas que defendem outra leitura da natureza do crime.

Para advogados penalistas, a ocultação de cadáver como crime permanente é uma construção equivocada. Segundo esses especialistas, o Código Penal descreve como criminosa a ação de ocultar o corpo e não de mantê-lo oculto. Isso significaria que a consumação do crime se dá no momento em que o cadáver é escondido, e não ao longo do tempo. Assim, classificá-lo como crime permanente ampliaria indevidamente os efeitos da conduta e poderia gerar insegurança jurídica em outras áreas do direito penal.

A discussão sobre a ocultação de cadáver como crime permanente também tem gerado preocupações quanto a possíveis repercussões em crimes como lavagem de dinheiro. Isso porque, se prevalecer o entendimento de que a simples manutenção de um resultado ilícito torna o crime permanente, outras práticas penais que envolvem ocultação poderiam ser enquadradas da mesma forma. Juristas alertam que esse tipo de raciocínio pode expandir perigosamente os limites da persecução penal, criando brechas para detenções em flagrante muito tempo depois do ato original.

O Superior Tribunal de Justiça já adotou o entendimento de que a ocultação de cadáver como crime permanente não se sustenta do ponto de vista técnico. Em julgamentos anteriores, a corte considerou que a intenção de quem comete o crime é apenas esconder o corpo momentaneamente. Sustentar que a consumação se prolonga indefinidamente implicaria admitir que o autor do crime mantém controle permanente sobre o destino do cadáver, o que nem sempre é verdade. Por esse motivo, o STJ entende que o crime tem natureza instantânea, embora produza efeitos duradouros.

Outro ponto relevante no debate sobre a ocultação de cadáver como crime permanente é a distinção entre essa conduta e o desaparecimento forçado. O desaparecimento forçado é considerado crime permanente em diversas normativas internacionais, mas ainda não possui tipificação penal específica no Brasil. Assim, juristas afirmam que não é possível fazer analogias entre as duas figuras penais, já que ocultação de cadáver e desaparecimento são atos distintos com estruturas jurídicas diferentes.

A análise da ocultação de cadáver como crime permanente também envolve implicações históricas e políticas, especialmente no contexto da responsabilização por crimes cometidos durante o regime militar. Alguns ministros do Supremo defendem que manter a classificação como crime permanente possibilita superar os limites da anistia e garantir justiça para as vítimas da ditadura. Já os críticos desse ponto de vista acreditam que flexibilizar conceitos penais em nome de uma causa justa pode abrir precedentes perigosos e comprometer a segurança do sistema jurídico.

O julgamento no STF que irá decidir se a ocultação de cadáver como crime permanente pode ou não ser alcançada pela anistia ainda está sem data para ocorrer. No entanto, a repercussão geral já foi reconhecida, o que significa que a decisão terá efeitos sobre todos os casos semelhantes em trâmite na Justiça. A definição sobre a ocultação de cadáver como crime permanente não impactará apenas o passado, mas poderá influenciar o futuro da aplicação do direito penal em diversas esferas.

Autor: Demidov Lorax

Share This Article
Facebook Twitter Email Copy Link Print
OAB leva ao STF disputa sobre quem pode questionar leis municipais no Ceará
Política
Licença-maternidade por bebê reborn levanta debate jurídico sobre limites do vínculo afetivo
Notícias
Debate sobre ocultação de cadáver como crime permanente gera tensão entre juristas e STF
Justiça
Thiago Signorelli Viana
Desvende os mistérios do poker: estratégias essenciais para jogadores novatos
Notícias

Sobre

Bem-vindo ao Escavabor, seu destino definitivo para tudo relacionado ao mundo do Direito. Aqui, oferecemos uma análise aprofundada das principais novidades, tendências e mudanças legislativas que moldam o cenário jurídico.

Escavabor Notícias

 

© Escavabor – [email protected] – tel.(11)91754-6532

Welcome Back!

Sign in to your account

Lost your password?